sábado, 25 de setembro de 2010

Nota de falecimento


Com grande pesar divulgamos a morte do Frade Franciscano, Frei José Apicella, de 76 anos, ocorrida no fim da tarde da ultima sexta-feira, 24, em Teresina, após passar vinte e cinco dias internado na UTI em um hospital da capital piauiense.

O frade italiano chegou no Piauí em janeiro de 1976 e logo começou a trabalhar nas cidades da região e atualmente residia e trabalhava na cidade de Ladri Sales-Pi.

Houve a celebração da missa de corpo presente para o religioso na Igreja de Nossa Senhora das Graças, no começo dessa manhã e estavam presentes frades, religiosos e centenas de populares.

O corpo foi trasladado após a celebração para o município de Marcos Parente-PI onde o mesmo prestou inúmeros serviços à comunidade.

As mãos


Naquela manhã o jovem professor chegou à escola um tanto cabisbaixo.

Problemas se somavam e pesavam sobre sua sensibilidade de jovem idealista.

Estava difícil suportar. Foi então que, durante uma reunião de trabalho ele não pode controlar as lágrimas que lhe escorreram pelo rosto, em abundância.

Uma amiga, que o observava, em silêncio, estendeu as mãos e segurou as dele, num gesto de ternura.

Foi uma atitude simples, mas significou muito para aquele jovem, pois ele sabia que a amiga tinha uma vida super atarefada; muitas atividades e preocupações, filhos, marido, empresa, mas, mesmo assim, tinha tempo para dedicar ao amigo, para estender-lhe as mãos.

Aquele gesto simples levou o jovem a escrever sobre a importância das mãos. O texto diz mais ou menos assim:

As mãos podem muitas coisas: oferecer apoio no momento certo, estender-se para consolar, segurar firme para amparar.

Mas o que mais podem as mãos?

As mãos saúdam, as mãos sinalizam. As mãos envolvem, dão carinho. As mãos estabelecem limites. Escrevem. Abençoam. As mãos desenham no ar o "adeus", o "até logo".

As mãos agasalham. Curam feridas. Para o mudo a mão é o verbo. Para o idoso é a segurança. Para o irascível a mão erguida é ameaça. Para o pedinte a mão estendida é súplica.

Para quem ama, a mão silenciosa, que acolhe a do ser amado, é felicidade. Para quem chora, a mão alheia é conforto.

Há mãos que agarram, perturbadas. Há mãos que tocam, suaves. Há mãos que ferem. Há mãos que acariciam. Há mãos que amaldiçoam. Há mãos que abençoam. Há mãos que destroem. Há mãos que edificam, trabalham, realizam.

Jacó estendeu as mãos para abençoar Efraim e Manassés. Moisés estendeu as mãos para transmitir a Josué a autoridade para conduzir o povo de Israel, em seu lugar. Jesus impôs as mãos sobre as crianças para abençoá-las. Também impôs as mãos para curar a filha de Jairo, o surdo-mudo, o cego de Betsaida, e tantos outros.

Nossas mãos podem exteriorizar o amor, construindo templos, hospitais e escolas; fabricando vacinas e equipamentos médicos; alimentando famintos, medicando enfermos...

Podem concretizar a paz social assinando tratados de armistício, escrevendo livros, guiando carros, pilotando aviões, varrendo ruas, tocando instrumentos musicais, pintando telas, esculpindo, construindo móveis, prestando serviços... Podem manifestar fraternidade, ao lembrarmos da essencialidade do humano, da sensibilidade, da empatia, estendendo-as a um irmão que, num dia difícil, põe-se a chorar.

Suas mãos são abençoadas ferramentas para construção de um mundo melhor. Use-as sempre para edificar, elevar, dignificar, apoiar, acenar com a esperança de melhores dias...

Pense nisso!!!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Procissão reúne milhares de fiéis em honra a Nossa Senhora da Guia


Estima-se que mais de cinco mil pessoas participaram na tarde dessa segunda-feira, 20, da procissão de encerramento das festividades em homenagem a Nossa Senhora da Guia, que fica no bairro de mesmo nome.
Do ponto de concentração, balão das avenidas Calisto Lobo com Dirceu Arco-verde, bairro Viazul, até a Capela da Santa, homens, mulheres, adulto, velhos e crianças seguiram a pé num percurso de cerca de 4km.
Muitas das pessoas participantes carregavam inúmeros objetos como forma de agradecimento para alguma graça alcançada, ou seja, pagavam promessas que acreditam terem sido atendidas no que solicitaram.
Para a surpresa dos fiéis católicos, o novo bispo de Floriano, o baiano Dom Valdemir Ferreira dos Santos, participou de todo o percurso e já na Capela, no bairro Guia, o líder religioso presidiu a celebração de encerramento do festejo.
De acordo com a organização do festejo, o Bispo da Diocese de Floriano ficou surpreso com a quantidade de pessoas que estavam na procissão de Nossa Senhora da Guia.
Os organizadores acreditam ter sido um dos maiores eventos já realizados na comunidade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Advinha quanto eu te amo


Era hora de ir para a cama, e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai.
Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse: "adivinha o quanto eu te amo!".
"Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar" - respondeu o coelho pai.
"Tudo isto" - disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.
Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: "e eu te amo tudo isto!"
"Hum,isso é um bocado" pensou o coelhinho.
"Eu te amo toda a minha a altura" - disse o coelhinho.
"E eu te amo toda a minha altura" - disse o coelho pai.
"Puxa,isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim".
Então o coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta-cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou: "eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!"
"E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés" - disse o coelho pai balançando o filho no ar.
"Eu te amo toda a altura do meu pulo!", riu o coelhinho saltando de um lado para outro.
"E eu te amo toda a altura do meu pulo" - riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.
"Isso é que é saltar; pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim."
"Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio" - gritou o coelhinho.
"Eu te amo até depois do rio, até as colinas." - disse o coelho pai.
"É uma bela distância pensou o coelhinho." Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.
Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.
"Eu te amo até a Lua!" - disse ele, e fechou os olhos.
"Puxa, isso é longe" - falou o papai coelho - "longe mesmo!"
O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e lhe deu um beijo de boa-noite.
Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: "eu te amo até a Lua... ida e volta!"
E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?
Geralmente as disputas são em torno de questões como quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas no vídeo game, quem coleciona mais troféus, etc.
A vida atarefada, o corre-corre, os inúmeros compromissos, por vezes nos afastam das coisas simples como sentar na cama ao lado do filho e lhe contar uma história, enquanto o sono não vem.
Acariciar-lhe os cabelos, segurar suas mãozinhas pequenas, fazer-lhe companhia para que se sinta seguro.
Deitar-se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar-lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que tantas vezes ele não confessa.
Falar-lhe do afeto que sentimos por ele, do quanto ele é importante em nossa vida. Dizer-lhe que um anjo bom vela seu sono e que Deus cuida de todos nós.
E se você pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe, nas noites de temporal...
Se, às vezes, é difícil se aproximar de um filho rebelde, considere que a sua rebeldia pode ser, simplesmente, um apelo desajeitado de alguém que precisa apenas de um colo seguro e um abraço de ternura.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Reflexão sobre o amor


Ninguém, que saiba refletir sobre a vida humana, seus relacionamentos e suas exigências, ignora que o que entrelaça a existência e lhe dá sentido é o amor. É o que impulsiona a criatura humana para buscar sempre seu bem-estar e sua felicidade. Difícil descrevê-lo, por misterioso que é, mas é o que impulsiona a vida e lhe dá sentido. A própria Escritura sacra define Deus como o Amor (1º Jo 4, 8).

O grande pregador Padre Antonio Vieira, cujos sermões em nossa língua são de beleza indescritível, deixou lindas e profundas reflexões sobre o amor divino e o amor humano. Lembra porém que o amor pode ser destruído por muitos perigos que ele chama de “remédios” que podem curar o amor. E diz que Cristo evitou estes perigos dando-nos sua presença eucarística para não sofrer o resfriamento que a distância poderia causar. Profunda reflexão.

O que, em primeiro lugar, pode esfriar e até destruir o amor, diz o Padre Vieira, é o tempo que “tudo gasta, tudo digere, tudo acaba”. Compara ele o afeto amoroso com a vida. Quanto mais longa for, é certo de passar a durar menos. É a motivação que levava os antigos, na sua sabedoria que o tempo ensina, a pintar o amor como se fôra um menino, “porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho”. Com o correr do tempo o amor cria asas, com que voa e foge.
Mas isto acontece quando, quem ama, não toma os necessários cuidados de fazer de cada dia o primeiro dia.

Santo Agostinho, um dos sábios da antiguidade, adverte-nos, que o amor – se verdadeiro – tem de ser eterno, porque se vier a desaparecer, nunca de fato foi amor. Em tudo mais na vida, quando desaparece, prova que existiu. Só com o amor se dá o contrário: se deixa de ser, é certo que nunca foi. Se desaparecer, esfria e morre. Se fôra, nunca deixara de ser...

Esta é a razão pela qual, quando terminava uma ordenação sacerdotal, das muitas que tive a alegria de realizar como bispo, sempre recomendava ao jovem sacerdote que fizesse de cada dia de seu ministério, sempre o primeiro dia. O mesmo vale para o casal. Já que não existe casal infeliz no dia do casamento.
Por certo é o que levou o evangelista São João a registrar que o amor de Cristo por nós, tanto ao instituir a Eucaristia, como a dar-nos a redenção na cruz, foi permanente, isto é, até o fim. Ou melhor: até depois do fim... Nem vale querer justificar o fim do amor por motivos que pareçam razoáveis. É só lembrar a sábia advertência de Camões: “É tanto mais o amor depois que amais / quanto são mais as causas de ser menos”.

Colaboração, Dom Benedicto de Ulhoa Vieira