quinta-feira, 19 de maio de 2011

Morre em Teresina Frei João Lucindo, ofm


Com grande pesar transcrevemos aqui a nota expedida Pela Fundação Missionária Franciscana Nossa Senhora das Graças sobre a morte de Frei João Lucindo.
Prot. 07/11

Floriano-PI, 19 de maio de 2011



COMUNICADO: FALECIMENTO DE FREI JOÃO LUCINDO NETO – OFM



A Fundação Missionária Franciscana Nossa Senhora das Graças, de Floriano PI, comunica a todos os interessados, conhecidos, amigos e confrades, a “visita da irmã morte” ao Frei JOÃO LUCINDO NETO, sacerdote franciscano, nesta madrugada de quinta-feira, 19 de maio de 2011, às 03h20, na UTI da Clínica PRONTOMED, em Teresina PI, aos 48 anos de idade.

Desde o fim do ano passado ele vinha sofrendo por causa de uma doença cancerígena não muito comum, chamada de Mieloma Múltiplo. Impossibilitado de caminhar, decorrente de uma queda onde fraturou o fêmur direito, era tratado com todos os cuidados médicos possíveis desde então, junto a PRONTOMED, em Teresina - PI. Logo após o carnaval, após um breve período em casa, voltou ao hospital onde continuou desde então em contínua observação.

Ontem, no início da manhã, sofreu uma parada cardíaca e foi internado em estado grave na UTI do referido hospital, vindo, portanto, a falecer nesta madrugada.



As funções fúnebres seguirão o seguinte roteiro:



* Quinta, 19 de maio – 10h – Exéquias na Igreja Nossa Senhora Imaculada Conceição, bairro Morada Nova, Teresina PI (onde o mesmo exercia o seu ministério sacerdotal, atualmente era Vigário Paroquial)
* 13h – Partida do cortejo fúnebre em direção a Floriano;
* 16h – Previsão da chegada em Floriano; será velado desde este horário até a manhã do dia seguinte, na residência de seus pais, em Barão de Grajaú MA (ao lado do posto Incobal);
* Sexta-feira, 20 de maio – 06h – O cortejos segue para a Igreja de Nossa Senhora das Graças, bairro Ibiapaba em Floriano. Durante o dia serão celebradas missas às 06h30; às 08h00; 10h00; 12h00.
* Sexta-feira, 20 de maio, 16h – Santa Missa, Encomendação e Cortejo para Sepultamento;
* 17h – Sepultamento no Cemitério Central de Floriano.



Agradecemos a solidariedade de todos os que nestes últimos meses estiveram do lado do Frei João Lucindo, consolando diretamente no cuidado pela sua saúde ou rogando ao Pai por meio das muitas orações; agradecemos aos que apoiaram e consolaram a família e estiveram do lado dos Frades Franciscanos. Deus, na sua infinita bondade, agora acolhe nosso mais desejo profundo de cura e libertação, levando o nosso irmão Frei João Lucindo a participar da plena ressurreição.



Fraternalmente.



Frei Erivelton Pereira de Passos, ofm

Secretário da Fundação

sábado, 7 de maio de 2011

Quando Deus criou as mães


Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, um mensageiro se acercou Dele e Lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criação.
Em quê, afinal de contas, ela era tão especial?

O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.
Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.

Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.
Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.

Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido, quase insignificante, numa roupa especial para a festinha da escola.

Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado.
Outro para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo, mesmo sem dizer nenhuma palavra.

O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar os dentes e dormir, quando está na hora.
Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos.
De superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.

Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.
Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor mas, ainda assim, insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.

Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.

Uma mulher de lábios ternos, que soubesse cantar canções de ninar para os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas.

Lábios que soubessem falar de Deus, do Universo e do amor. Que cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.

Uma mulher. Uma mãe.

Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de subida honra. É gozar do privilégio de receber nos braços filhos do Senhor e conduzi-los ao bem.
Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porque a mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança de que os seus filhos alcancem felicidade e paz.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Opção importante.


Você já fez pipoca? Se já o fez, deve ter observado a bela transformação do milho duro em pipoca macia.
Imagine o milho, fechado dentro da panela, sentindo cada vez mais o ambiente ficar quente. Deve pensar que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. Não imagina aquilo de que é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece e ele aparece como uma outra coisa, completamente diferente: pipoca branca e macia.
Podemos nos comparar ao milho de pipoca. Somos criaturas duras, quebra-dentes, insensíveis, incompreensíveis. Tantas vezes, com uma visão distorcida da vida, sem valores reais.
Também sofremos transformações quando passamos pelo fogo. É a dor. São situações que nunca imaginamos vivenciar.
Pode ser um fogo de fora: um amor que se vai, um filho que adoece gravemente, o emprego perdido, a morte de um amigo, de um irmão. Pode ser um fogo de dentro, cuja causa demoramos a descobrir e que nos atormenta um largo tempo: medo, ansiedade, depressão, pânico.
Enquanto estamos sofrendo a ação incômoda do fogo, desejamos ardentemente que ele se apague, a fim de que tenhamos repouso das dores. Contudo, sem tal sofrimento não acontecerá a grande transformação. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma indiferença e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser está ótimo.
Por outro lado, existem pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Acham que não pode existir nada mais maravilhoso do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. Essas podem ser comparadas ao piruá: aquele milho de pipoca que se recusa a estourar e fica no fundo da panela, depois do alegre estouro da pipoca.
Lamentavelmente, essas criaturas não se permitem transformar na flor branca e macia para dar alegria a alguém. Não desejam se tornar mais maleáveis, doces, amorosas. Perdem a chance de conquistar amizades que poderiam, logo mais, se solidificar em amores para o futuro risonho.
Ser piruá ou pipoca estourada - eis uma opção. Aqueles que desejam ser feliz e fazer os outros felizes aceitam as lições das dores, tornando-se mais afáveis, gentis no trato, ponderados no falar. Aprendem a usar a empatia, a fim de compreender as dores alheias.
Nas atividades de Jesus de Nazaré, entre os humanos, destacam-se os Seus labores junto aos sofredores de todos os matizes. Com Ele, todo e qualquer sofrimento terá remédio. Os sofredores encontrarão o necessário amparo e a vida de todos terá a luz e o rumo dos quais precisam para a completa ventura dos dias futuros.

Pense nisso!

Maio: Mês de Maria.


As referências dos Evangelhos e do Atos dos Apóstolos a Maria, Mãe de Jesus, apesar de poucas, deixam ver muito desta privilegiada criatura, escolhida para tão alta missão. São Paulo, na Carta aos Gálatas (4,4), dá a entender claramente que, no pensamento divino de nos enviar o seu Filho, quando os tempos estivessem maduros, uma Mulher era predestinada a no-Lo dar.
Para que se compreenda a presença de Maria nesta predestinação divina, a Igreja, na festa de 8 de dezembro, aplica à Mãe de Deus, aquilo que o livro dos Provérbios (8, 22) diz da sabedoria eterna: “os abismos não existiam e eu já tinha sido concebida. Nem fontes das águas haviam brotado nem as montanhas se tinham solidificado e eu já fora gerada. Quando se firmavam os céus e se traçava a abóboda por sobre os abismos, lá eu estava junto dele e era seu encanto todos os dias”. Era pois a predestinada nos planos divinos. Maio: Mês de Maria.
Para se perceber melhor o perfil materno de Nossa Senhora, três passagens bíblicas podem esclarecer. A primeira é a das Bodas de Caná, que realça a intercessora. Quando percebeu – o olhar feminino que tudo vê e tudo observa – estar faltando vinho, sussurra no ouvido do Filho sua preocupação e obtém, quase sem pedir, apenas sugerindo, o milagre da transformação da água em generoso vinho. Ela é de fato a mãe que se interessa pelos filhos de Deus que são seus filhos.
Outra passagem do Evangelho esclarecedora da personalidade de Maria é a que nos mostra seu silêncio e sua humildade. O anjo a encontra na quietude de sua casa, rezando, para dizer-lhe que fora escolhida por Deus para dar ao mundo o Emanuel, o Salvador. Ela se assusta com a mensagem celeste, porque, na sua humildade, nunca poderia ter pensado em ser escolhida do Altíssimo. Acolhe assim, por vontade divina, a palavra do mensageiro, silenciosamente, sem dizer, nem sequer ao noivo José, o que nela se realizava. Deus tem o direito de escolher e por isto Ela diz apenas o generoso “sim” que a tornou Mãe de Deus.
O terceiro traço de Maria-Mãe é sua corajosa atitude diante do sofrimento. Ao apresentar o seu Jesus no templo, ouve a assustadora profecia do velho Simeão: “uma espada de dor transpassará a tua alma”. Pouco mais tarde, estreitando ao peito o Menino Jesus, deve fugir para o Egito com o esposo, para que a crueldade de Herodes não atingisse a Criança que – pensava ele, Herodes – lhe poderia roubar o trono.
Quando seu filho tem doze anos, desencontra-se dele e, ao achá-lo após três dias, queixa-se amorosamente: “por que fizeste isto? Eu e teu pai te procurávamos, aflitos”. Sua coragem se confirma na paixão e crucifixão de Jesus. De pé, ali no Calvário, sofre e associa-se ao sacrifício do redentor. É a mulher forte, a mãe corajosa e firme, a quem a dor não derruba. De fato, a espada de Simeão lhe atravessara a alma e o coração. É a Senhora das Dores.
Maio, mês a Ela dedicado pela piedade cristã, é um convite para voltarmos nosso olhar a esta Mãe querida para pedir-Lhe, abra as mãos maternas em Bênção de carinho sobre nossos passos nesta difícil escalada da Jerusalém celeste.

Colaboração, Dom Benedicto de Ulhoa Vieira (Arcebispo Emérito de Uberaba – MG).