quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dois anos sem Emídio Nonato



Talvez poucas pessoas se lembrem, mas hoje 30 de novembro, está completando dois anos da morte de um dos maiores comunicadores da radiofonia florianense. Nessa data em 2009, uma forte ventania com uma chuva também forte, dia em que parte da cobertura do Ginásio Coberto Defala Attem veio abaixo, deixa a família e milhares de amigos na cidade de Floriano, o amigo Emídio Nonato.

Por muitos anos Emídio Nonato, promoveu a alegria de muitas famílias locais, e ainda, informou os fatos e acontecimentos por meio das ondas sonoras das rádios Irapuá (hoje Santa Clara) e Difusora.

O velho e saudoso amigo Emídio Nonato faleceu no fim da tarde e enquanto teve seu corpo velado por familiares, amigos e populares na residência da família, parte da cidade estava calada, situação que continua até hoje, pois sua vaga no horário das 5:00h as 8:00h da manhã de segunda a sábado, nunca será preenchida. Hoje algumas pessoas visitaram o túmulo do homem que liderou a audiência no horário acima citado por cerca de duas décadas.

Fonte:piauinoticias.com

sábado, 26 de novembro de 2011

Tempo de Advento.


Neste domingo, dia 27 de novembro começamos a vivenciar o tempo litúrgico do advento, que é tempo de esperança, confiança e conversão. É o tempo que aponta para as três vindas de Cristo: a do passado, sua vinda histórica; – a do presente: Cristo atuante no povo que celebra a eucaristia e pratica a caridade; – a do futuro: Cristo aparecendo em sua glória. É o mesmo acontecimento: ontem histórico e visível; hoje sacramento e realidade oculta; amanhã manifestação gloriosa.

O advento nos chama a levantar a cabeça, a olhar para o horizonte, enxugar as lágrimas e a viver a novidade que virá, e que nos convida a partilhar o pão e o coração, a superar o ódio e a vingança, a não querer destruir o difícil e o diferente, o louco, o pobre e o importuno. A vinda de Cristo vem no inesperado, no empobrecido e no evitado, em quem Deus faz sua morada.

Para que a vinda de Cristo não nos surpreenda, a exemplo do que aconteceu com as jovens imprudentes da parábola de Jesus (Mt 25,1-13) precisamos colocar azeite em nossas lâmpadas. Esperar com alegria e discernimento, vigilância e cuidado, lendo os sinais dos tempos, percebendo os vestígios de esperança que tornam a vida mais humana. Revestir-nos da atitude de espera e não de entorpecimento; espera criativa e amorosa, que aplaina os caminhos, superando a injustiça, a impostura e a corrupção que fabricam o desalento e deixam o povo sem perspectiva.

O Advento nos convida à conversão e a mudar a nossa maneira de pensar, agir e sentir, preparando-nos para celebrar o Natal com coerência, acolhendo o Deus feito homem, a luz que veio a esse mundo e que muitos não quiseram receber. Precisamos colocar-nos a caminho em ação, pois Cristo virá somente para aqueles que lhe prepararam um tempo e um lugar em suas casas, na comunidade e na sociedade.

Os caminhos de conversão que temos a apontar para o período do Advento são os grupos de oração, as celebrações da palavra, da penitência e da eucaristia, os gestos de partilha com os mais necessitados e a generosidade com a coleta da evangelização.

Não deixemos que os enfeites sem conteúdo, e que só levam ao consumo, nos levem a ignorar os marginalizados da sociedade, que foram os primeiros a quem foi anunciada a boa notícia da entrada de Jesus na história da humanidade.

A todos desejo um tempo de Advento de muita graça e bênção. Que os caminhos e as ações que vamos trilhar e realizar nos levem verdadeiramente ao Natal do Senhor.

Quem se prepara bem celebra bem. Abençoado Advento a todos!

Colaboração, Por Dom Canísio Klaus (Bispo de Santa Cruz do Sul – RS).

sábado, 19 de novembro de 2011

Igreja celebra, no próximo dia 20, o Dia do Cristão Leigo


No próximo domingo, dia 20 de novembro, a Igreja do Brasil celebra a festa de Cristo Rei, e na mesma ocasião é comemorado o Dia do Cristão Leigo. A data fecha o ciclo do ano litúrgico e toda a comunidade é chamada a refletir, antes de começado o tempo do Advento e a preparação para o Natal, sobre a identidade e missão desses homens e mulheres, cristãos leigos, que formam a imensa parcela do Povo de Deus.

Na abertura da V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Aparecida (SP), em 2007, o papa Bento XVI convocou os leigos a assumirem a sua missão com “audácia e entusiasmo”. Segundo o papa, os leigos “devem sentir-se co-responsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, em comunhão com os seus pastores”. Bento XVI deu ainda um recado para a Igreja: “Promover um laicato amadurecido, responsável com a missão de anunciar e fazer visível o Reino do Senhor”.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Severino Clasen, os leigos são protagonistas da Igreja e são convidados a promover os valores do Evangelho. “Os leigos são convidados a promover a paz, a justiça e a fraternidade, para mobilizar e transformar o mundo num sinal do Reino de Deus”.

“Nós, cristãos leigos e leigos somos homens e mulheres do mundo no coração da Igreja, e homens e mulheres da Igreja no coração do mundo”, disse o presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Laudelino Augusto Azevedo, que completou afirmando: “Atuamos nas comunidades, nas Pastorais, nos movimentos, nas novas comunidades, nas periferias, nos centros urbanos, no mundo, exercendo nossas vocações e missões. Por isso, em nosso dia, louvo a Deus por tantos e tantas que fazem da Igreja um espaço de comunhão”, destacou.

O assessor da Comissão para o Laicato, Geraldo Aguiar, destaca a data como “marcante” e definidora de um momento de reflexão sobre o momento do leigo na Igreja.
A vice-presidente do CNLB, Marilza Lopes Schuina, falou sobre a escolha da data para a comemoração do Dia do Leigo no Brasil. “o Dia Nacional do Leigo e da Leiga é celebrado na festa de Cristo Rei desde a década de 90, com o intuito de recuperar a memória e a importância da Ação Católica para a Igreja e o laicato brasileiro. A data nos faz lembrar a nossa condição de Profeta-Sacerdote-Rei, incorporada a Cristo pelo Batismo, pelo qual somos parte do mistério de amor que é a relação de Deus com sua Igreja. Celebrando o Dia do Leigo, rezamos pela vocação laical, muitas vezes esquecida, pois a tendência que temos é de acreditar que vocacionados são os sacerdotes, as freiras.

Marilza destaca o desafio permanente que o leigo enfrenta no cotidiano “Ser leigo e leiga é um desafio permanente. E como nos diz nosso companheiro Carlos Signorelli, é um desafio de vida e testemunho: como ser do mundo, sem ser do mundo, como nos conclama São Paulo? Leigos e leigas ocupam importantes ministérios na vida da Igreja e assumem sua vocação particular de constituir família – e aceitar com generosidade a vocação matrimonial que Deus lhes dá. Assumem a vocação de atuar profissionalmente com ética, dedicação e diferencial positivo no sentido de ser uma pessoa diferente no meio de tantas, onde quer que se viva, trabalhe, reze, divirta-se. Assumem vocação missionária, dedicando-se muitas vezes solitariamente ao outro mais necessitado”, completou.

Fonte: CNBB

domingo, 6 de novembro de 2011

Autoridade pública mundial


Merece atenção a nota do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão importante a serviço da missão do Santo Padre Bento XVI, sobre a Reforma do Sistema Financeiro e Monetário Internacional. A nota aponta caminhos novos para a efetiva saída da crise mundial que está, de maneira preocupante, pesando sobre os ombros de tantos. Entre as considerações, o documento propõe a criação de uma autoridade pública com competência universal.

As razões são evidentes. Há uma urgência de se instituir políticas e organismos capazes de ações eficazes e representativas, em nível mundial, para garantir o desenvolvimento autenticamente humano de todos os países. Diante desta necessidade, a Igreja é consciente de seu papel. Alerta sobre a gravidade das concessões de natureza ética que geram comprometimentos sérios no quadro de uma economia mundial sempre mais dominada pelo utilitarismo e pelo materialismo. A Igreja tem, pois, a tarefa, como compromisso de sua missão, de intervir e falar da questão social. Neste âmbito a Igreja é chamada em razão de sua própria competência ética e religiosa.

A dimensão técnica própria da crise mundial não é, em si, o que motiva a Igreja a entrar na questão, embora esteja consciente de seu alcance e a acompanhe. Obviamente que o enfrentamento da crise mundial não é apenas uma questão técnica. Pela complexidade do assunto exige-se um conjunto de saberes. Inclusive, o saber teológico moral que tem luz própria indispensável no tratamento da crise econômica. A inspiração cristã tem uma contribuição singular a oferecer na configuração de um novo quadro ético-cultural, para construção de novas práticas no campo econômico e financeiro.

A proposta feita na nota do Sumo Pontífice é consciente indicação de uma via alternativa. Proposta que nasce do coração e do magistério dos Papas. Bento XVI sugere que a globalização seja governada mediante a constituição de uma autoridade pública com competência universal. É importante lembrar que o Papa João XXIII, na sua Carta Encíclica, Pacem in Terris, nº 70, vislumbrou a atual globalização como progressiva unificação do mundo. Nessa previsão, já advertia sobre a necessidade de um poder político para tratar adequadamente as múltiplas e alargadas necessidades da humanidade. O Papa João XXIII almejou a constituição de uma autoridade pública mundial capaz de articular e fazer valer o diálogo indispensável para se levar em conta o bem de todos, sem naturalmente desrespeitar as legítimas soberanias.

Essa autoridade é entendida como a guardiã do bem comum, capaz de evitar a exploração do fraco pelo forte, de considerar o primado do direito da pessoa e favorecer o desenvolvimento integral de toda humanidade, entendida como comunidade de nações. Nessa direção, o Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica Cáritas in veritate, nº 21, sublinha a complexidade e gravidade da situação econômica, carente tanto de reformas técnicas mais radicais, quanto de uma profunda renovação cultural com a redescoberta de valores básicos para a construção de um futuro melhor. A solução da crise, portanto, requer um passo novo e corajoso. Demanda a lucidez de lideranças que têm a clarividência advinda de uma compreensão iluminada por uma ética da fraternidade e da solidariedade.

O documento do Papa alerta para a importância de uma urgente reforma das atuais instituições internacionais, com as exigências de serem mais democráticas, fidedignas e críveis. Significa dizer que é urgente a constituição dessa autoridade pública mundial, a partir de acordos partilhados por todos os países, com força representativa, maior participação, mais legitimidade e envolvimento significativo da sociedade política e civil. O caráter dessa autoridade é servir ao bem de todos, a partir de uma liderança eficaz. Uma instituição capaz de oferecer aos países a oportunidade de manifestar necessidades particulares e buscar o próprio bem, respeitando sempre o bem comum mundial.

A proposta do Papa Bento XVI guarda a convicção de que só assim as instituições internacionais conseguirão favorecer a existência de sistemas monetários e financeiros capazes de garantir o progresso social de todos. A constituição de uma autoridade pública mundial, com a missão de salvaguardar o bem comum universal da família humana, requer o percurso de etapas próprias que revolucionam o quadro atual. A crise exige transformações radicais. Por isso mesmo, são urgentes os estudos e os passos para as mudanças.

Colaboração, Dom Walmor Oliveira de Azevedo (Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG).