sexta-feira, 22 de outubro de 2010

chegar até o fim


“Não; Não pares. É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Manter o ritmo... Mas a graça das graças é não desistir. Podendo ou não podendo, caindo, embora aos pedaços, chegar até o fim...!”

Estas palavras de D. Helder Câmara vem a ser um precioso programa de vida. Ir até o fim dos bons propósitos, sem ceder ao desanimo ou a tentação da volubilidade, apesar da monotomia da caminhada... Esse é o segredo das grandes façanhas. Há uma santa teimosia, penhor de vitória ou de entrada no reino dos céus. É o senhor quem diz: o reino dos céus sofre violência e violentos se apoderam dele (mt. 11,12). Está claro que não se trata aqui da violência armada, mas da fortaleza daqueles que sabem suportar os obstáculos para não perder a verdadeira meta.

Em outra passagem, Jesus diz que a boa semente (a palavra de Deus), dá fruto múltiplo em clima de perseverança ou paciência tenaz. Pouco adianta a fé e o amor que não vão até o fim. Quem percorre a escritura, encontrará com muita freqüência, a recomendação da perseverança heróica: “Sê fiel até morte e eu te darei a coroa da vida” (ap.10; mt. 10,22; 24,13)

Compreende-se bem tal ênfase. Já um famoso ateu dos nossos tempos, Albert Camus, dizia que o que mais o entristecia era ver que a maioria dos homens não chega a seu termo ideal; Param no meio do caminho, pois tudo que é grande e belo, também é árduo e cansativo.

E que haveria de se comparar uma criatura que não chega ao seu fim? Poderia se dizer que ficou anã no plano espiritual e no tocante aos seus valores definitivos.
O medo e a mesquinhez de ânimo são males que ameaçam todo homem. O cristão, chamado a tudo o que há de mais nobre, tem consciência disto e pede ao senhor a graça das graças: “A de não desistir, podendo ou não podendo, caindo, embora, aos pedaços, chegar até o fim!”

Colaboração, Estevão Bittencourt

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