terça-feira, 12 de novembro de 2013

O efeito Francisco

O "efeito Francisco", que incentivou um número notável de fiéis a voltar para a Igreja depois de anos de separação, comovidos com os apelos do novo papa a confiar na misericórdia divina, continua a ser percebido em mais da metade das comunidades católicas italianas. A pesquisa foi feita pelo sociólogo Massimo Introvigne, sendo apresentada na última segunda-feira (11), no instituto Cottolengo de Turim.

Introvigne testou a teoria do "efeito Francisco" em abril deste ano, um mês depois do início do pontificado do papa Bergoglio. Na época, 53% dos sacerdotes e religiosos afirmaram ter visto na sua comunidade um aumento de pessoas que se reaproximavam da Igreja ou se confessavam. O fenômeno foi observado ainda por 41,8% dos leigos. O sociólogo apresenta agora o livro "O segredo do papa Francisco", que lança um olhar sobre os antecendentes e sobre os primeiros meses deste pontificado. Introvigne retorna ao levantamento de abril, recebido com interesse por revistas e jornais de vários países. A proposta, aliás, foi repetida por sociólogos de outros lugares do mundo, com resultados em parte semelhantes e em parte diferentes dos verificados na Itália.

A nova pesquisa de Introvigne, seis meses após a primeira, tem uma amostragem maior. O efeito Francisco é agora percebido por 50,8% dos sacerdotes e religiosos. Como em abril, a percepção é maior entre os religiosos (79,37%), mas continua majoritária quando se considera o conjunto de religiosos e sacerdotes. Também como em abril, os leigos percebem o efeito Francisco menos intensamente que os religiosos, mas a porcentagem ainda é significativa: 44,8%.

"As flutuações são estatisticamente normais. O fato de que o número de sacerdotes e de religiosos que percebem o efeito tenha diminuído ligeiramente e que o dos leigos tenha aumentado um pouco não é decisivo. O fato importante é que, depois de seis meses desde a primeira pesquisa e sete depois do início do pontificado, o fenômeno do efeito Francisco não mostra sinais de refluxo, mas de consolidação", diz o sociólogo italiano. "Um pouco mais da metade dos sacerdotes e religiosos nota na própria comunidade que o efeito Francisco não se desvanece com o passar dos meses, mas persiste. Se tentássemos traduzir os dados em termos numéricos e em escala nacional, com referência apenas à metade das paróquias e das comunidades, teríamos que falar, na Itália, de centenas de milhares de pessoas que se reaproximaram da Igreja acolhendo os convites do papa Francisco. É um efeito enorme. Espetacular, até".

O estudioso prossegue: "É claro que o efeito Francisco aponta apenas um primeiro movimento de retorno à Igreja. Mas o próprio papa afirma, num discurso do dia 14 outubro, na sessão plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, que, quando o primeiro anúncio se enraíza, é preciso começar uma segunda etapa, a da catequese. Ela não vai mais depender de uma comunicação eficaz do papa, mas das comunidades e paróquias. Se as consequências do efeito Francisco vão ser sólidas e duradouras, isso vai depender de como os sacerdotes, religiosos, leigos e movimentos desenvolverem a estratégia pastoral do papa".

Zenit.org

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