domingo, 18 de agosto de 2013

Os peregrinos e andarilhos do absoluto


O terceiro Domingo de Agosto celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, e neste marco litúrgico, a vocação dos consagrados. Houve um filme que relatava o que seria a sociedade dos Estados Unidos sem os mexicanos, que todos sabemos são um importante contingente humano.

Caberia perguntar-nos que seria da Igreja sem os consagrados. Muitos já quiseram fazer a experiência fechando e incendiando conventos, colocando todo tipo de empecilhos para a vida religiosa. A história da Igreja demonstrou sobejamente que somos tributários em muito da contribuição inestimável dos consagrados.

Diante do secularismo, mundanização e atrelamento ao poder que não são de hoje, esta vida religiosa e carismática ajudou sempre a reformar a Igreja, a voltá-la para a evangelização e o serviço dos pobres, trazendo o rosto do Cristo misericordioso e compassivo que passa fazendo o bem.

Almas de oração, entregues por inteiro a Deus estiveram sempre presentes nos hospitais, creches, escolas, leprosários, universidades, casas de acolhida e nos silenciosos mosteiros e carmelos. Juntando a prece e o diálogo permanente com Deus, a vida fraterna, e a caridade operosa e benfazeja em prol de todas as necessidades humanas, especialmente a de encontrar a Deus.

Num mundo opaco, liquido e efêmero, nos ensinam a elevar o olhar e a experimentar o amor divino, sendo peregrinos e andarilhos do absoluto, partilhando e indo ao encontro do bem supremo e sua cidade a Nova Jerusalém. Não reparamos suficientemente ainda que o Papa Francisco como jesuíta pertenceu a vida consagrada, sendo sempre uma referência para ela, acompanhando e formando consagrados.

Sem dúvida a reforma da Cúria Romana, das estruturas obsoletas da Igreja, será uma reforma espiritual e religiosa que dinamizará a Vida Consagrada, ou se perderá em soluções técnicas e sociológicas. Que Nossa Senhora Assunta ao Céu, ilumine, proteja a vida consagrada e a renove em seu espírito, formas e carismas. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria/CNBB

Nenhum comentário:

Postar um comentário